Walner Mamede
Amigos, em tempos de Ano Novo e renovação dos votos de felicidade e esperança, vamos refletir um pouco? Já pararam para pensar sobre como algumas decisões parlamentares, como uma Proposta de Emenda Constitucional (e, aqui, me refiro à PEC 55), ainda que
possuindo ampla rejeição popular e de parte de indivíduos do próprio
Legislativo e Judiciário, estão conseguindo se materializar como fato em nosso
Parlamento? Você conhece um número significativo ou mesmo um número reduzido de pessoas que apoiem, por exemplo, esta Emenda? Com tamanha rejeição,
não seria o caso de o Congresso colocar o pé no freio e reconsiderar sua
votação, como a de outros projetos igualmente impopulares e contrários ao bem coletivo? Não é o Congresso o representante máximo da vontade popular em um
regime democrático? Se não estão representando a vontade da maioria, a quem
estão respondendo?! Conseguem imaginar as consequências disso para além dos
resultados da própria PEC 55? Um Congresso alheio ao apelo popular, que se
orienta por seus próprios interesses e que sairá empoderado em suas estratégias
antidemocráticas terá corrompido (e já vem corrompendo), completamente,
qualquer premissa da democracia! Vivemos ainda em um país democrático ou nossas
estruturas, aparentemente, democráticas apenas se prestam para legitimar
interesses de uma minoria? A democracia atual é a expressão das necessidades da
maioria ou é expressão da força de uma minoria hábil na arte de distorcer a
realidade, manipular informações, manobrar massas de adoradores ignóbeis e
impor, sorrateiramente, suas próprias necessidades como uma alternativa para a
solução de problemas coletivos? Pra mim, o que vivemos hoje se assemelha ao que
Nietzsche já afirmou sobre a adoção de valores do senhor pelo escravo como se
dele fossem. Por outro lado, se assemelha, também, à adoção da estratégia de
desvios (translação) apontada por Latour e que leva um ator a adotar soluções
alternativas trazidas por outro ator, como se essas fossem um ponto de passagem
para a solução de suas próprias necessidades. É possível que esta seja a origem
genealógica de uma renovada moral do ressentimento
tão bem descrita por Nietzsche e que vejo despontar entre diferentes
coletivos sociais, uns em relação aos outros? Talvez possamos garimpar, na
Filosofia, Sociologia e Antropologia, diversos autores que falem similaridades
e todos apontarão para um ponto em comum: a habilidade de engabelar, manipular,
conduzir e ludibriar os menos capazes na arte do pensamento e de arregimentar
aliados em torno de interesses, aparentemente, comuns. Observem se essa não é a
habilidade principal dos políticos em nosso Brasil, um dia, quiçá, Varonil!!!
São essas minhas reflexões sobre o ano que finda e proponho que as levemos para
o ano que se aproxima, a fim de que tenhamos, a partir de 2017, a possibilidade
de construir, no futuro, um ano verdadeiramente feliz e possamos viver com
convicção um
FELIZ ANO NOVO!!!
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