Navegue entre as páginas

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Papel do Cientista nas Decisões Éticas

Publicado, originalmente, por João Carlos, no site Roda de Ciência

Por mais que se queira dissociar o tema deste mês do confronto "ciência vs. religião", não há como fugir a isto, uma vez que o próprio tema surgiu da atualidade da decisão que o Supremo Tribunal Federal vai ter que tomar (em minha opinião, já devia ter tomado...) sobre uma questão de suposta "ética", que, na verdade, é apenas sobre um dogma religioso.

Sendo assim, não me resta outro remédio senão analisar, desde a origem, a convivência entre "ciência e religião", uma vez que sou suspeito por ambos os "lados" desse confronto.
Para ver texto original completo, clique aqui

5 comentários:

  1. Poxa, Legal!

    Posso aproveitar para aprofundar a questão sobre "a religião ter nascido da ciência, mas não ter conseguido acompanhar a evolução"?...

    Essa minha afirmação se baseia no fato de que toda a ciência se baseia no empirismo. Mas, se você carece de dados para avaliar o que observou, tende a uma "explicação" simplista.

    Ora, se o ser humano era "dono da Terra" e a Terra era "o centro do universo", a melhor "explicação" para os fenômenos naturais era a ação de "super-homens", os "Deuses".

    Da mesma forma que comprovamos que a Terra não é o centro do universo, era de se esperar que o conceito de "Deus(es)" fosse aperfeiçoado para algo menos fantasioso, uma vez que (como eu observei no "Roda de Ciência") o sentimento do "numinoso" (nas palavras dos personagens de Sagan, em "Contato") permanece.

    Sir Fred Hoyle (que não era nenhum criacionista) chegou a escrever "O Universo Inteligente", porque não há como observar o universo e suas sutilezas e quebras de simetria, e não se sentir tentado a pensar em que há "algo mais" que não podemos perceber. Tanto faz se é "um outro plano de 'existência' " ou se são "dimensões ortogonais" como propõe o pessoal da Teoria das Cordas.

    Para mim, chega a ser surpreendente que ainda existam pessoas que acreditem literalmente nos mitos e nos "livros sagrados" (... exclua os Vedas, por favor...) quando eles estão patentemente errados. Mas, tomados pelo seu valor mítico, não existe impedimento algum em conciliar meus "Orixás" com abstrações profundamente "morais" (eu odeio este termo!...)

    O mal nisso tudo é que as religiões deixaram de ser, há muuuito tempo, uma "comunhão" do ser humano com a Natureza e se transformaram em "instrumento de legitimização dos poderes instituídos".

    As religiões - como a ciência - se beneficiariam muito de uma boa dose de ceticismo...

    ResponderExcluir
  2. João,
    Gostei de sua postagem. Depois farei um comentário com mais calma. Obrigado pela participação.

    ResponderExcluir
  3. Perdoe-me primo, mas por incrível que pareça sou pouco avesso a debates. Mas deixo aqui um comentário:

    Não sei qual foi intenção do autor do artigo ao referir-se ao Papa, mas em documento oficial ele denuncia o dilema ético que são os embriões congelados. Portanto, reconhece que os embriões estão vivos.

    Quanto a se um embrião é "gente", ou seja, pessoa, portanto titular de direitos, principalmente o direito à vida, não é uma definição de índole científica, mas filosófica e também teológica. A ciência (médica) pode medir o embrião, atestar o seu funcionamento, sua composição, sua idade, identificar seu processo de crescimento, analisar seu DNA, enfim. Até mesmo identificar sua forma. Dizer se é ou não pessoa é assunto filosófico. Afinal, que é pessoa?

    E o papel da ciência de "buscar os fatos" não é para lembrar o ser humano que Deus não está nem aí para nossa humanices. Que eu saiba, a maioria das religiões, inclusive a única verdadeira, a saber, a católica, rezam que Deus se interesssa sim por nossas ações nesta vida.

    Ass. Flávio

    PS: eu tenho login e senha neste blog?

    ResponderExcluir
  4. Essa é uma discussão filosófica, concordo, mas a ciência não está totalmente fora, pois tange, também, a definição do que é vida. Tais temas, 'pessoa' e 'vida' são temas polêmicos que necessitam ser melhor debatidos por todos os ramos do conhecimento humano e permeiam uma diversidade de debates acalorados entre Filosofia, Religião e Ciência.

    ResponderExcluir
  5. Oi, amigo,

    A intolerância também me incomoda. Tenho alunos os quais acham que sua fé é autossuficiente e podem dispensar o conhecimento científico porque já sabem tudo o que há para se saber.
    Os religiosos, em geral, tendem a utilizar a ciência se e quando "funciona" em seu favor. São diletantes e proselitistas. O âmbito da ciência e da filosofia é o dissenso notório, a livre confrontação de ideias; não o mero dogmatismo.

    ResponderExcluir