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sábado, 31 de dezembro de 2016

Educação e Ciência: não basta o investimento financeiro

Walner Mamede

Venho ouvindo, particularmente, nos últimos meses, que há necessidade de investimento financeiro na Educação, deixada à margem das políticas monetárias brasileiras, residindo aí suas mazelas e os motivos pelos quais templos religiosos agremiam mais defensores e têm maior prestígio que escolas. A verba para educação, ciência e tecnologia aumentou exponencialmente na gestão petista (apesar de todos o erros desse governo)! As universidades publicas foram regiamente compensadas pelo descaso tucano. Na Capes e no CNPq abundavam bolsas, a ponto de só serem negadas aos projetos verdadeiramente ruins e não por excesso de demanda. Não é o simples investimento público q vai fazer com que o brasileiro deixe de supervalorizar templos religiosos (e outras instituições humanas menos enriquecedoras do conhecimento científico) e passe a produzir conhecimento inovador, criativo e de impacto mundial, mas a cultura brasileira, a forma de cada cidadão perceber a educação, cada professor, cada aluno. A despeito de qqer investimento financeiro realizado pelo Estado, nada surtirá efeito se nós não modificarmos a forma de vermos e aplicarmos o processo didático em cada sala de aula e nossa relação com o conhecimento e a atitude científica. Nossos alunos precisam aprender a criar e recriar e não apenas a copiar, reproduzir! Infelizmente, o brasileiro possui uma cultura científica medíocre, uma cultura de massa medíocre, em decorrência de uma mente medíocre, subalternizada e escrava da mídia idiotizante a serviço de uma política antidemocrática dissimulada (a maioria de nossos cidadãos e, pasme, de nossos políticos sequer têm consciência disso!). O Brasil nasceu condenado a uma existência pífia, kitsch, subalterna e nesses 500 anos de existência nada fez para provar o contrário. Somos um povo ignóbil e medíocre, a despeito do ufanismo midiático. O espírito acolhedor, os corpos sarados e bonitos, a cultura divertida e diversificada nada são além de elementos de manipulação, ouro de tolo, isca de mosca que nos atraem, nos prendem e nos impedem de ver o que realmente importa para o país, para a nação, dissipando esforços na promoção do futebol, da música de qualidade duvidosa, da arte sem conotação crítica, das novelas e filmes de enredo fácil, previsível e pobre, da filosofia de butekim, das bundas sacolejantes, peitos turbinados e cabeças vazias. Elementos que pouco ou nada contribuem para a formação de um cidadão verdadeiramente capaz de olhar com reservas e críticas contundentes e fundamentadas o mundo a seu redor. Esse é o Brasil de ontem, hoje e, tristemente, o de amanhã, dados os últimos acontecimentos deste 2016 que se encerra hoje. O que vivenciamos com o impeachment foi a mais cabal expressão da mediocridade intelectual e cultural e da ignorância política e histórica de um povo

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